Três anos atrás eu pesava 10kg menos que agora. Ao contrário de todas as amigas na mesma situação, voltei da França com 4kg menos do que quando cheguei lá. Engordei quase 2kg no inverno, mas quando começou a esquentar eu fui emagrecendo entre 1kg e 1,5kg por mês. Tomando vinho, comendo chocolate, pão com manteiga (eu poderia passar o resto da vida comendo baguete francesa e manteiga Président). A família pra quem eu trabalhava tinha uma balança no banheiro. Às segundas, dia em que eu limpava a casa, eu ia me pesar. Lembrava do sorvete do final de semana e pensava: "já era, engordei". Mas não, tava sempre um pouquinho menos do que na semana anterior.
Esses bons tempos acabaram. Chegando ao Brasil, ganhei uns 2kg logo na primeira semana: não conseguia parar de comer goiabada com queijo. Deve ter uns bons meses que eu não como goiabada com queijo, mas na época a privação por 1 ano despertou uma compulsão sem precedentes. Ganhei mais alguns quilos depois disso e achei que tinha chegado a um teto. É que eu sempre tive tetos, aquele limite que, mesmo comendo sem critério, dali não passava. E eu nunca na vida fui muito gorda, nem fui magra. Não sou muito alta (tenho 1,67), mas tenho pernas grossas, costar largas, um pulso grosso. Não sou nada mignon, então não dá pra ser magrinha mesmo. Ah! E nunca tive barriga saliente, o que é uma tremenda vantagem estética. Sempre vivi feliz usando manequim 42.
Voltando, de uns tempos pra cá, a coisa desandou e eu comecei a engordar mesmo sem exagerar. Mentira: eu não sou compulsiva, mas sou gulosa. E a balança tem sido implacável. Um dia me pesei e vi que, bastava um final de semana mais glutão, e eu chegaria aos 80kg (antes disso já tinha notado que as calças 44 estão apertaaaaadas). Aí acendou uma luz amarela e eu resolvi marcar uma consulta com uma endocrinologista. Ela me pediu uns exames e chegou à conclusão mais provável: nada de errado comigo, mas o meu metabolismo mudou. Ano que vem faço 30 anos, e as coisas resolveram ser mais lentas. E pior: segundo a médica, minha glicemia está no limite então, se eu não me cuidar, não serei uma gordinha saudável, serei uma gordinha diabética.
Bom, regime então. Fiquei morrendo de medo da médica insistir em remédios, porque eu não quero, acho que meu caso não é sério assim. Pra minha surpresa, ela só rabiscou um cardápio no receituário mesmo. E, bacana, é comida pra caramba! Umas 3 frutas por dia, arroz com feijão, pão integral com queijo de manhã (e nem precisa ser daqueles brancos sem gosto, pode ser o Minas Padrão, mais cremosinho, que eu adoro). O lanche da tarde por de ser uma banana nanica, ou um iogurte, ou uma xícara grandona de capuccino. Não vou passar fome, mesmo sendo comilona. Mas vou passar vontade: sem docinhos, sem petisco de boteco, sem ceveja. Segundo ela, sem academia nem nada, dá pra perder uns 3kg por mês, o que significaria chegar bem mais elegante ao meu aniversário em março. Vale o esforço.
Hoje fui ao mercado e à feira. Comprei muitas frutas e legumes e verduras e queijo e barrinhas de cereal. Passei os últimos dias me despedindo do cardápio trash. Sexta rolou hamburguer e cheesecake, até amanhã rolam as últimas cervejinhas. Vai rolar também uma visita providencial à minha mãe amanhã, pra almoçar. Tenho que confessar que estes 10kg extras ao mesmo tempo que me incomodam, são a recordação de muitos momentos bacanas, sabem? Muito chopp trincando, muita coxinha do Veloso e do Frangó, muita pizza da Brás, muita costelinha do Outback, barras de chocolate importadas e nacionais, muita picanha nos churrasco na casa da sogra, lautos jantares (em geral risotos, adoro risotos) preparados com carinho para os meus amigos, regados à vinho tinto, feijoadas com os amigos do marido em São José. De acordo com a médica, a dieta deve ser seguida de segunda a segunda. Final de semana livre, só quando eu estiver no peso ideal, na fase de manutenção. Então este post é uma homenagem a todas as coisas que eu adoro comer e que não vão fugir: vão só ficar mais distantes de mim por alguns meses. Se eu me comportar diretinho, vou reencontrá-las em breve. A coxinha olhará pra mim e nem me reconhecerá: "nossa, Iara, como você tá elegante!". Ok, viajei agora, desculpaê.
Pra minha sorte, eu sou tão gulosa que gosto das coisas saudáveis e magrinhas também: adoro salada fresquinha, quase todas as frutas, pão integral, salmão grelhado...
Iara,
ResponderExcluirSorte nessa nova empreitada.
Imagino que não deva ser nada fácil essa coisa de ter que emagrecer sendo fã assumida de comidas e afins.
Olha, felizmente ainda não precisei de um regime, mas vai e volta estou me policiando.
Tenho 1.62 e 54kg e dificilmente saio desse peso... Às vezes ganho uns dois, mas perco com muita facilidade - assim como ganho. hehehehe
Na verdade não sou muito de comer. Tenho preguiça. Mas ainda bem, pois a idade aqui tb já apontou os 30 e assim como você tb estou com problemas no metabolismo; hipotireoidismo - blé.
E pior, por ser genético estou condenada a tomar a porra do hormônio a vida toda....
Beijão e bom fini com muitas guloseimas.
Pois é, Vanessa, a tireóide aqui tá ok. Sorte minha, viu? Porque se além de comilona tivesse problemas, tava perdida.
ResponderExcluirJura que você tem preguiça de comer? Marido também é um pouco assim, até antes de me conhecer consumia a maior parte das calorias diárias em cerveja. Depois que nos conhecemos, eu passei a beber mais, e ele a comer mais. Engordamos os dois juntos. Dois fofinhos, apaixonados, a coisa mais meiga :-)
Obrigada por me desejar sucesso, viu?