terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mulher e Mercado de Trabalho

Vocês já conhecem o blog coletivo das blogueiras feministas? Não? Então passem lá. Dia desses alguém avisou na nossa lista de discussão que a Carolina Pombo estava agitando uma blogagem coletiva hoje sobre mulheres e mercado de trabalho. Alguém criou um tópico no nosso fórum, boas idéias surgiram e a Bia editou e fez um post. Daí que eu não vou fazer um aqui, porque minha idéias já estão todas lá - assim como o crédito à outras companheiras de fórum inspiradas que contribuíram para a discussão. Visitem o blog e conheçam mulheres fantásticas com quem tenho trocado figurinhas ultimamente. E se alguém que passa por aqui quiser se juntar ao fórum, me avise, tá? Já adianto que o volume de mensagens é enlouquecedor, mas o aprendizado e a troca de experiências têm sido fantástico.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Foco

Essa semana fui ao médico e não consegui fugir mais da balança. Tipo assim, falta muito pouco pra eu chegar aos 80kg. Aquele muito pouco que um final de semana mais guloso é o suficiente pra alcançar. E, bom, como da última vez eu não estava tão longe assim dos 80, como minhas saias andam bem apertadas e a pancinha pronunciada, não posso dizer que foi um susto. Mas fiquei pensando que, puxa, eu preciso fazer alguma coisa. Porque isso precisa ter um limite, não posso ficar engordando indefinidamente. E eu li o post lindo da Mary W. Eu não assisto Big Brother, mas adoro os comentários sobre. E a Mary W, como socióloga, detona mesmo. E no post ela fala da perseguição aos gordos, da magrocracia. E eu sempre me pergunto porque eu estou incomodada, já que eu não acredito nesse padrão tão redutor de beleza. Acho que eu tô gordinha sim, mas não acho que eu tô feia. E marido acha que não sou gorda, sou uma gostosa que se acha gorda. E eu tô saudável e tal. Então porque me preocupar?
Pra começar eu preciso lembrar que um dos culpados por eu ter engordado é justamente o padrão modelo de beleza, do manequim 38, por mais contraditório que pareça dizer isso. Sou uma pessoa que sempre usou 42, que sempre esteve por volta do 60 e tanto, e se achava gorda. Mas não era. Qualquer peso abaixo de 70 tá ótimo pra mim (considerando aquela regrinha do IMC, o “normal” pra minha altura seia até 68,5kg). Só que como eu me via como gorda, achava que foda-se, gorda por gorda, vamos comer mais um pedaço de pizza. E oi, eu não era gordinha, mas agora fiquei. Não acho que estou feia assim, mas não me reconheço nas fotografias. Sempre tive pernão, bundão, mas não tinha pança, e os braços eram mais finos. E, bom, tem uma foto minha aí no post anterior, rola um bração agora e tal. Mas puxa, ok. Nem acho que seja grave. Eu poderia assumir o fat pride, “sou gordelícia mesmo e aí?”, e ficar em paz. Tapa na cara da sociedade “magrocrática”. Porque não faço isso?
Porque daí eu lembro o meu problema real, que não tem nada a ver com aparência, que não tem nada a ver com pesar 65kg ou 80kg. Foco. E disciplina. Eu não tenho nenhuma dessas duas coisas. A questão não é quanto eu peso, a questão não é se eu gosto de beber, a questão é que eu preciso ser mais disciplinada pra comer e fazer exercícios. Nada a ver com virar a gostosona, ou com me privar do que eu gosto. Mas a verdade é que “refeições recreativas”, aquelas em que a gente bebe, se diverte, e até abusa um pouco do doce deveriam ser mais raras mesmo, até pra preservarem seu caráter festivo de exceção. Eu diminui a cerveja, mas tava comendo doce todos os dias. Comendo e sabendo que não me faz bem. Ano passado a endócrino me receitou uma reeducação alimentar, então eu já conheço o caminho das pedras. Sei bem que se eu voltar a ter disciplina, posso não voltar a pesar o que eu gostaria, mas imagino que a balança se estabilizará aí nuns 7 ou 8kg menos. Mas o importante, de verdade, é levar um estilo de vida um pouco mais saudável.
Enfim. Eu sou muito ruim com esse negócio de disciplina. Minha vida é uma zona, eu nunca fiz agenda, meu guarda-roupas é uma tristeza de tão zoado, minha bolsa é um mar de papéis sem utilidade e não queira ver a minha mesa de trabalho (sério, minha mesa de trabalho é uma vergonha). Ainda assim, apesar disso tudo, vou levando a vida de maneira mais ou menos bem sucedida. Mas acho que tudo seria muito mais tranquilo se eu fosse mais disciplinada, se eu proscratinasse menos, se eu colocassem coisas em ordem, se eu jogasse papéis velhos fora. Então, nada de listas imensas de planos pra 2011. Muito menos de colocar “perder x quilos” como objetivo. O foco deve ser fazer mais bem feito, com mais capricho, tudo o que eu já faço. Inclusive me alimentar.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A posse da presidenta

Por onde começar? Foi tudo tão lindo! Primeiro, porque eu tava morrendo de ansiedade por encontrar gente que eu só conhecia pela internet. Não que isso seja tão novidade assim na minha vida, mas, né? Toda uma situação especial. Mulheres que eu aprendi a respeitar sem conhecer. E não poderia ter sido mais legal nesse aspecto. Abraços apertado e sorrisos generosos de gente que parecia amiga de longa data.

Mas vamos ao evento. O clima era lindo. Povo tirando foto com bandeira e camiseta da campanha já no aeroporto de Congonhas. No aeroporto, conhecemos uma moça que, numa demonstração de orgulho democrático do qual assumo ser incapaz, disse que não tinha votado na Dilma, mas estava indo assistir à posse por que afinal de contas “ela seria presidenta de todo mundo”. Chegando à Brasília enfim, um inferno pra quem não gosta de “petista” (leia-se todos aqueles que acham que, se votou no PT, é petista automaticamente, e isso é péssimo). Muita gente animada pra festa.

Eu sei que ao chegar na Esplanada dos Ministérios no sábado meus olhos já se encheram d'água. Vi uma moça com uma camiseta escrito “lugar de mulher é na presidência” (tem foto dessa moça aqui). E caiu a ficha legal, de que aquele era um momento histórico, que com certeza ia marcar a minha vida e a de milhões de brasileiros e de brasileiras (das últimas especialmente, claro). A Esplanada estava decorada com Banners que lembravam grande mulheres da nossa história. Nós éramos as protagonistas, isso estava claro.

Bom, a frustração maior é porque a chuva mais forte caiu 2 minutos antes dela passar de carro aberto a 3 metros de onde estávamos. Nos molhamos horrores e só vi a mão da presidenta acenando do lado de fora do carro. Ok, faz parte. Depois, fomos pra frente do Palácio do Planalto. E eu cai no choro pesado quando o Sarney disse “declaro empossada a presidenta”. E eu chorei durante o hino nacional. Vergonha de contar, parece um ufanismo à la Galvão Bueno, mas eu pensei em tanta coisa. Lembrei que o meu pai foi torturado, como ela. Lembrei do quanto esse país já melhorou, do quanto somos mais democráticos, da infância inteira ouvindo que somos o país do futuro e, olha lá, eu tenho 30 anos, o futuro chegou, e é esse momento tão cheio de esperança. E quando eu tava quase com os olhos secos, ouvi uma senhora do meu lado dizer que ela seria “uma babaca” se não fosse assistir a posse, porque ela achava que só as netas ou bisnetas veriam uma mulher presidente, um dia. Daí acontece de ser uma mulher da idade dela, e de esquerda, ela tinha que testemunhar. Voltei a chorar.

Havia toda a ansiedade pela despedida do Lula. Mas ele, generoso que só, se esforçou pra não ofuscar a estrela do dia. Foi lindo ver ele descer a rampa e, silencioso, se juntar a galera.

Bom, depois fomos com o povo comemorar. Fechamos um boteco, depois fechamos o segundo (nem foi uma super noitada, os bares lá fecham cedo). Em algum momento da noite descobrimos que a Maria Frô não iria se juntar a nós porque ela era rycah e conseguiu entrar na festa oficial no Itamaraty. E eu não tive inveja porque sou um ser evoluído (mentchira). Mas, voltando ao boteco, chamou a atenção o clima da nossa mesa. Os poucos homens num confortável papel de coadjuvantes. A festa era nossa, e eles estavam felizes pelo país e também por verem suas companheiras tão felizes juntas. O que me faz dizer a você, moça solteira a procura de companhia masculina: não se satisfaça com qualquer pão com ovo machistinha. Tem homem bacana por aí. É difícil de encontrar, mas você é brasileira e não desiste nunca, certo?

Enfim, o que mais posso contar, gente? Só que eu fiquei muito feliz, mesmo. Valeu demais a grana, o tempo, o desconforto da chuva, os tênis até agora sujos de lama e o medão de pousar em Congonhas em noite de chuva. Valeu tudo, valeu muito. Agora é torcer muito pra que ela seja bem sucedida na árdua tarefa de suceder a um dos líderes mais populares do mundo. Trabalho duro, mas né? Eu boto fé. Vocês não? ;-)

Bom, as fotos:




Eu não gosto de por fotos minhas aqui, mas a ocasião merece. Várias blogueiras e "arrobas" famosas e eu. Sou a sem capa, da direita "toda molhadinha".