sexta-feira, 18 de junho de 2010

Desculpaê, pieguice de novo

Eu tinha planejado escrever sobre o andamento do meu trabalho da pós. Vou fazer isso, porque eu tô muito empolgada, mas não hoje, nem agora. É porque aconteceu algo que eu quero contar. Prosaico assim, visto de fora, mas tão forte pra mim.
A gente cresce ouvindo a moral de que dinheiro não traz felicidade. Daí o cartão de crédito te diz que “tem coisas que o dinheiro não compra”. E é verdade, claro. Mas às vezes a gente sente isso de uma maneira tão impactante. Como escrevi no meu aniversário, eu acho que os meus amigos, o carinho das pessoas que me cercam, é o bem mais precioso conquistado nestes meus 30 anos. E eu não tenho “1 milhão de amigos” como diz a música, o que me alegra é o quanto sou amada por essas pessoas tão especiais.
Tenho a minha amiga Ma, que foi pra França na mesma época que eu, nos conhecemos por lá. Vivemos muitas coisas juntas, ela conheceu sua cara-metade e ficou. Hoje ela é mãe do Arthur, um francobrasileiro de quase 11 meses, uma coisa de louco de tão fofinho e sorridente. A Ma é uma pessoa maravilhosa, e eu desenvolvi uma relação de cumplicidade imensa com ela. Não fosse isso o suficiente, ela já me quebrou vários galhos. Várias coisas que hoje estão no meu apartamento são herança dela, que tinha seu canto montado aqui, deixou tudo estocado na casa da mãe quando foi pra França, e resolveu me emprestar móveis e utensílios de cozinha quando eu saí da casa dos meus pais. Empréstimo sem data pra devolução, as coisas estão comigo até hoje. E a mãe dela numa simpatia sem tamanho todos os milhares de vezes que eu fui buscar algum móvel, algum presente mandado da França ou deixar lá algo a ser mandado na próxima viagem da família.
Enfim. O telefone tocou agora há pouco. Era a mãe da Ma. Disse que a filha pediu que os seus disquinhos coloridos de musiquinhas de infância fossem passados para o Mp3, para que o Arthur pudesse ter a oportunidade de ouvi-los. Ela fez isso e resolveu também fazer cópias para as pessoas queridas. Lembrou que o meu marido tem sobrinhas, imensamente amadas por mim, e me ofereceu uma cópia para presenteá-las.
Eu disse que era prosaico. Mas eu estou muito comovida pelo carinho de alguém que lembra não só de mim o tempo todo, mas de quem é importante pra mim. Tô boba até agora. Disquinhos de músicas da nossa infância, que serão copiados para as minhas pequenas queridas. Não consigo sequer estimar o valor de algo assim. Porque olha, se isso não é amor materializado, então eu não sei o que é.

4 comentários:

  1. pieguice ou nao, adorei o post! as vezes eu sinto vontade de publicar algo mais intimo, mas sempre evito. acho que porque sempre me dou conta de qualquer um pode ler qq coisa que eu publico e acabo me travando, mas quando vejo posts como esse, tomo coragem.

    o post nao foi piegas. eh mais do que importante percerber essas pequenas "demonstracoes publicas de afeto". anormal eh quem nao se importa. gostei muito!

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  2. Piegas não, comovente. Eu tb sou dessas pessoas. Amor me comove profundamente.

    E não tinha visto ainda a nova cara do blog porque costumo lê-lo pelo Reader. Tá lindo.

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  3. Rita,

    É, né, Rita? E é lindo.

    Luci,

    Aqui não há nem foto nem sobrenome, e meu maior medo é sempre em relação à privacidade quando eu conto alguma coisa pessoal. Nesse caso não consultei minha amiga antes de postar aqui, então não me sinto exposta. Por outro lado, acho que quem lê pode gostar de ter contato com algo mais pessoal, com um sentimentos e não só opiniões, como você gostou.

    Dani,

    Sentimentos sinceros são comoventes mesmo, né? E obrigada pelo elogio. É um modelo automático do blogspot, porque eu não manjo nada pra fazer algo diferente...

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