Pois é, chegou o dia. Trinta anos. E, ó, nem doeu, viu? (Post programado, mas se tiver doído eu volto aqui pra contar, prometo).
E a gente imagina, quando é adolescente, que com essa idade será adulto, a vida vai estar resolvida, etc, etc. E putz, a minha está em muita coisa, mas não está em outras e isso não chega a ser um problema. Mas daí, pra me divertir, eu resolvi fazer um balanço, que acaba servindo também como um about me:
Carreira
Não tenho uma carreira, é essa a verdade. E tudo bem. O fato é que ainda não descobri o que eu quero ser quando crescer, mas consegui ter uma ocupação razoável, com um salário honesto. Pra ajudar o ambiente em que trabalho é bom. Tipo, nada resolvido, mas paz, sabem? Saquei logo que pouca gente nessa vida se realiza profissionalmente. Isso significa que eu me conformei em não me realizar? Não, de jeito nenhum. Só me dei conta de que, enquanto eu não acho o caminho pra essa realização (e eu tô tentando) tenho que pagar as contas o melhor possível e ser feliz, porque ser feliz é a única coisa urgente nessa vida.
Auto-imagem
Pô, eu ainda quero emagrecer, embora a ansiedade e a cara-de-pau tenham colocado a reeducação alimentar pra escanteio. Mas tem duas coisas muito importantes a serem ditas. Primeiro: eu gosto da minha imagem. Tô há muitos quilômetros de distância de ser a Gisele Bündchen, sou meio fora dos padrões mesmo, e talvez uma quantidade considerável de gente me acharia feia. Mas eu curto o espelho. Segundo, eu tenho feito enormes esforços em descolar meu “eu” da minha imagem, tal qual a Ludmila faz tão bem lá e como eu já tinha explicado aqui antes mesmo de conhecê-la. Então, independente do número do manequim, eu me acho muito gostosa, sem falsa modéstia. Tenho essa fome de gente, de vida e de experiências que torna as pessoas interessantes. Enquanto eu mantiver isso, tô viva pro mundo. O resto é bobagem.
Amigos
Passei a adolescência e o começo da idade adulta me sentindo meio loser porque eu nunca fui popular. Nunca tive “a galera” que liga no sábado à noite. Sempre tive alguns poucos e excelentes amigos. Depois do ano na França, vi o número aumentar um tanto, mantendo a qualidade e a diversidade. Meus amigos são muito diferentes, minha relação com cada um deles é diferente, mas são todos queridíssimos, e boa parte há mais de uma década. Se eu quero novos amigos? Claro! Mas só se forem amizades construídas com calma, e nessa certeza de que eu não tenho que agradar a todo mundo, mas posso ter uma relação muito bacana mesmo com gente muito diferente de mim. Meus amigos são o maior tesouro construído nestes 30 anos.
Dinheiro
Não tenho carro (usamos um de leasing, sabem? tipo aluguel). Não tenho apartamento. Tenho uma poupancinha só pro caso de dar uma merda, que não seria o suficiente pra dar um entrada num imóvel. E tenho guardado um quase nada de dinheiro nos últimos tempos. Também não tenho nenhuma dívida, e isso é bom. Sou desapegada sem ser irresponsável: gasto porque tenho, se não tiver, mudo pra mais longe pra pagar um aluguel mais barato. Acho bacana poder ir a um show caro, ir a um restaurante legal e viajar nas férias. Dinheiro foi feito pra me fazer feliz. Mas tenho plena consciência de que isso não vai acontecer se eu viver só em função dele.
Vida afetiva
Não encontrei o príncipe encantado. Há pouco tempo atrás, quando achei que atingiria a maturidade numa vibe Sex and the City, porque há anos eu não tinha um relacionamento estável, encontrei um cara cheio de qualidades e cheio de defeitos, assim como eu. Logo percebi que ele era a melhor companhia do mundo. E o melhor companheiro do mundo pra mim. E um dia disse: “você ainda não sabe, porque é segredo, mas vai se casar comigo.” Tinha 3 meses que estávamos juntos e eu nem tinha dito “eu te amo” ainda. Não tinha definido dentro de mim meu sentimento por ele, mas sabia que era ele. Não foi amor à primeira vista como nos filmes, mas uma construção, tijolo por tijolo. Obras em andamento ainda, claro, e sempre. E eu não quero nunca banalizar isso, nem deixar a lei do mínimo esforço tomar conta. Vai ser lindo enquanto os dois quiserem que seja. Por enquanto os dois querem, muito.
Experiências diversas
Aos 30 anos, eu achei que daria pra ter aprendido alemão também, ou pelo menos italiano, que não é tão difícil. Mas me comunico razoavelmente bem em inglês, espanhol e francês, além do português. Sou semianalfabeta nas 4, como boa corintiana, mas tá valendo. Pra quem ainda é monolíngue, recomendo: falar um idioma estrangeiro é uma das coisas que mais abrem horizontes nessa vida, em todos os campos. Li muitíssimo menos do que gostaria e deveria. Dei pelo menos uma passadinha rápida em mais de metade dos estados brasileiros e em sete países. Ainda quero viajar muito, mas se não rolar muita chance mais, essa frustração já não vou ter. Gostaria de ter tido mais relacionamentos de média duração, mas já “experimentei” um bocadinho. E já beijei uma mocinha na boca (lembram da Kate Perry? “I kissed a girl and I like it”).
Sobre o futuro
Talvez a realização profissional? Talvez mais uma(s) língua(s) (alemão e árabe – quero alguma coisa bem difícil agora). Talvez, em alguns anos, um lugar para chamar de nosso? Talvez mais viagens? Talvez filhos? Talvez nada disso?
É bom não saber o que vai acontecer com a gente (né, Mari?). Que venham os próximos 30.
Feliz Aniversário,Iara. E se com 30 vc já é assim esperta, imagino com 60!
ResponderExcluirParabéns pela terceira década!!! rs... Vida completamente resolvida acho que ninguém nunca a chega a ter, mas se já tiver bem encaminhada, como a sua, já tá bom, rsrs, enquanto isso eu também vou encaminhando a minha... Pra mim ainda faltam 3 anos e meio, tô nessa vibe meio assim Sex and city desde os 16, nunca tive um relacionamento sério e o que mais tenho é vontade de ter esse sentimento que vc descreveu ter de sentir que aquela pessoa é "a pessoa"... Acho que até já tive, mas não foi pra frente. Mas não perco a esperança que aconteça de novo, com ele ou com outro que valha a pena...
ResponderExcluirParabéns e tudo de bom pra vc!!!
Oi, aniversariante!! Que coisa boa, hein? Parabéns mesmo, de verdade! Com amor, saúde e paz de espírito tudo mais é passeio.
ResponderExcluirBeijo grande e felicidades!!
Rita
Obrigada, meninas!
ResponderExcluirDaniela, gostei de você ter usado o termo "esperta". Porque é assim que eu me considero, sabe? Nem assim super inteligente, muito menos sábia. Mas espertinha... :) Com 60, daí eu espero ser sábia mesmo.
Laura, quando faltavam 3 anos e meio pra eu completar 30 sequer conhecia o marido. Pra ser bem exata, a gente se viu a primeira vez 26 meses e meio atrás... Sabe o que foi mais importante pra mim? Saber reconhecer o potencial do moço. E confesso que não foi eu sozinha, foram várias amigas dizendo que, se o cara era bacana, merecia uma chance. E na verdade, dando uma chance pra ele, dei uma chance pra mim. :)
Rita, é importantíssimo saber reconhecer a felicidade quando a gente é feliz, né? Beijão!
Oi, cheguei aqui clicando lá nos comentários do Porte Dorée e gostei muito desse post. Talvez porque me identifiquei em muitas coisas. Estou chegando nos 30 esse ano e compartilho algumas coisas do teu "balanço", principalmente em relação à carreira, amigos e dinheiro. Até a próxima (pois voltarei aqui) :)
ResponderExcluirAh, joyeux anniversaire!
FELIZ ANIVERSÁRIO!
ResponderExcluirSou leitora do blog há pouco tempo mas já adoooro!!
Muito bom estar viva pro mundo e querendo viver novas experiências. Não deixe essa chama apagar.
Bjus!
Helena,
ResponderExcluirObriagada pelo elogio e pelos parabéns. E volte, viu? Volte sempre!
Sabrina,
Obrigada! E que bom que você gosta do blog. Nossa, tão importante esse feedback, você não tem idéia. Bjo pra você também!