domingo, 25 de outubro de 2009

Sobre cinema

Um dos meus projetos de vida, daqueles que a gente diz "uma dia ainda vou fazer tal coisa", é sair de férias na época da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, comprar um passe daqueles integrais e passar quinze dias respirando cinema. Eu adoro cinema, e vou muito menos do que gostaria. Houve uma época da minha vida, há muuuitos anos atrás, em que eu namorava um moço muito interessado em cinema também. E a gente era estudante sem dinheiro pra nada. Os cinemas no centro de São Paulo cobravam R$5,00 pela entrada. Mas às quartas-feiras, R$2,50. Às quartas e com carteirinha de estudante, R$1,25 (!!). Daí, a gente ia ao cinema às quartas e aos sábados. Depois juntava uns trocos pra comer esfiha do Habib's da Av. Ipiranga. Licença para uma digressão enorme: peguei trauma de Habib's, porque me lembra uma fase que o MacDonald's era caro pra mim. Hoje, quando vou a uma lanchonete mais phyna e portanto muito mais cara, tipo, sei lá, o Joaquim's, e vejo galera de 16 anos lá, fico pensando no tamanho da mesada desse povo que, com essa idade, já tem R$50 pra gastar assim, numa sentada. Gastar 50 pilas numa sentada, pra mim, só foi possível depois de alguns anos de batente...

Voltando ao cinema, eu fui muito ao Marabá. Era imenso, tinha uns 900 lugares e uma tela enorme. Sério! E me lembro quando instalaram som digital, quando lançaram Twister, aquele filme dos furacões (lembram?). Parece que só tinha graça com som digital. O Marabá parece que virou um multiplex com 4 salas. Eu ia menos ao Ipiranga. Lá, uma vez, um morador de rua cheirando mal sentou ao meu lado. Ele tava cheiradão e eu fiquei assustada. Mas, pô, R$2,50 a entrada, né? Conseguem imaginar um morador de rua pagando R$16,00 pra entrar no Espaço Unibanco? Nem falo de shopping, que os caras não passam nem pela porta. Hoje, mesmo com meus creminhos importados, me sinto a super muderrrna, porque com 16 anos, enquanto todo mundo ia em cinema no shopping, eu atravessava a Pça da República às 10 da noite depois de pegar cineminha no Ipiranga tendo junkies como companhia.

Sem carteirinha de estudante (porque eu não uso carteirinha falsa), fica caro ir ao cinema sempre. Descobri há 1 ano que o Belas Artes tem uma promoção às segundas: cobram só R$4,00 de quem provar ser "trabalhador" (crachá da empresa serve), o que me fez uma pessoa muito feliz. Se um dia você estiver por lá às segundas e vir uma moça com roupa social e cara de esfinge (pééééssima essa, eu sei) de mãos dadas com um moço bochechudo e com ares de roqueiro, somos eu e marido, tá?

Por fim, a Mostra: nunca entendi porque as pessoas se matam para assistir ao filmes mais bambambam, justamente os que vão entrar em cartaz no circuito comercial dali a algumas semanas. A graça pra mim é assitir àqueles que, não fosse pela Mostra, a gente nem saberia que existiam.

4 comentários:

  1. Eu adoro o festival de cinema. Sempre vou. E tento escolher também os filmes que não vão entrar em cartaz. Qual a graça de ir ver algo que vai ser lançado até o fim do ano?

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  2. Tá rolando o Festival.


    Já teve época que eu assistia uns trinta filmes. Agora não dá mais...






    Beijos,









    Marcelo.

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  3. AMOOOOOOOOOO cinema. Com todos os A;M e O's possíveis.

    Aqui em Campinas a coisa é meio complicada. Filme não-comercial só é possível em duas salas da cidade, e uma está quase fechando.

    Olha, e vou tão pouco ao cinema...Porque Cinemark, benhê, não dá, né? (além do preço, óbvio!)
    Então recorro ao que a tecnologia proporciona: torrent's!

    Também MORRO de vontade de pegar a Mostra de Sampa, e ver inúmeros filmes até arder os zóio...

    Beijos, linda!

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  4. Haline,

    Pois é, eu também acho. Posso esperar mais um pouco pra ver o do Almodóvar, por exemplo. Não tenho essa tara de ser vanguarda.

    Oi Marcelo,

    Nunca consegui assistir "uns 30 filmes". Aliás, como sempre tem fila, ingresso esgota e os escambau, sempre fico em 2 ou 3, no máximo. Daí entra pra lista das "1001 coisas pra fazer antes de morrer" (só eu acho idiota o nome dessa série?)

    Oi Van!

    Meu marido é de São Jośe dos Campos, então sei bem como funciona. Daí ele fala que eu sou metida intelectual porque só quero ver filmes mais "cult". Mas, de novo, se eu nunca vou ao cinema, pra que ver algo que posso ver de graça na "Tela Quente" daqui há 1 ano e meio? Priorizo mesmo, sabe? Pois é, tenho que explorar mais o torrent. Mas por enquanto, me falta mais tempo do que grana mesmo. Então, quando sobra algum, gosto do ritual de sair, ver gente, tomar um café, telona...

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