quinta-feira, 8 de outubro de 2009

C.R.A.Z.Y.

Eu já tinha visto, mas o marido não, então peguei em DVD pra ver de novo. E a gente sabe que gostou quando se emociona pela segunda vez. Zac, o protagonista, quarto filho de uma família de cinco rapazes, é gay. Mas não é simples assim: a gente acompanha a infância dele, a inquietação, a negação, a dificuldade em se aceitar. Porque Zac diz que tem o melhor pai do mundo, e se para o melhor pai do mundo com uma formação católica não é fácil aceitar um filho gay, 30 anos atrás era ainda mais difícil.

É um filme sobre família, sobre o amor do pai pelos filhos, sobre a dificuldade de aceitar as diferenças. Eu acho interessante, porque o Zac é super sexualizado, a gente saca, mas o filme não explora cenas de sexo, e acerta nisso. Não tenho nada contra elas, mas aqui a proposta é outra. O foco são as relações familiares, então interessa mais mostrar a sexualidade como formação de identidade e posicionamento no mundo do que como prática. Então, se colocar lá o vovô católico/militar/malufista, que tem horror a idéia de um homem beijando outro, pra assistir, duvido que ele não se emocione. Porque, por mais que a gente goste de sexo, ele é parte importante da nossa vida, não a nossa vida toda. E os filhos queridos não deveriam deixar de ser queridos quando seus caminhos não foram exatamente os que os pais escolheriam.

Eu queria que o marido assistisse ao filme porque ele é bom, mas também porque reconheço demais o meu sogro no protagonista. Eu sei que, na maioria dos casos, os pais amam seus filhos. Mas a maneira de amar e, principalmente, de expressar o amor, é muito particular. Esse amor louco, com um orgulho que transborda, que faz sofrer, é o amor do meu sogro pelos seus “meninos”. Meu marido, o mais velho dos meninos do meu sogro, concordou comigo: seu pai e Gervais Beaulieu são sujeitos parecidos.

Ah, tem a trilha sonora também, incrível! Depois do filme, Space Oddity ganhou um significado especial pra mim.

2 comentários:

  1. Oie, não resistiu e acabou criando um blog né? rs Nossa, eu adorei esse filme ai, vi no festival de cinema. Fora que na minha familia tem todo um gosto por Charles Aznavour. Super me identifiquei. Conseguiu ter conteudo e humor. Gdes atores tambem né? E a trilha sonora é foda demais. bjobjo

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  2. Pois é, recriando na verdade, embora aqui a proposta seja outra.

    É bacana porque o assunto é serio, sensível, mas o filme é leve, né? E eu gosto muito dessa leveza.

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