sábado, 28 de maio de 2011

Por políticas mais eficientes para a saúde da mulher

Hoje, dia 28 de maio, é dia de blogagem coletiva pró saúde da mulher. Hoje é sábado, são 6:42 da manhã, eu tô de ressaca, tenho aula na pós, mala pra fazer e ainda vou tentar aparecer na Marcha pela Liberdade. Mas senti que, pra mim, era importante sair da cama mais cedo pra falar sobre isso.

Sim, nós feministas sabemos que homens e mulheres são diferentes biologicamente. Não precisamos de nenhum artigo pseudo científico pra reafirmar isso, porque , olhem só, vivemos um tsunami hormonal mensalmente. E isso acontece por conta da reprodução, que como eu já disse lá no meu post do Blogueiras Feministas, é um trabalho social. E mesmo quem nunca se interessou por ter filhos, está sujeita a problemas de saúde relacionados ao sistema reprodutivo.

Então, como não vou conseguir elaborar muito, deixo um link para um blog sobre endometriose. A jornalista Caroline Salazar tem um blog em que expõe de maneira muito corajosa a sua batalha contra a doença, que a obrigou a se afastar do trabalho para o tratamento. Pra quem não sabe, a endometriose é uma doença crônica que leva o tecido do endométrio, o revestimento do útero, a crescer em lugares onde ele não deveria estar. Como um câncer, só que benigno. Mas o termo benigno pode levar à falsa impressão de que se trata de algo simples, quando na verdade é uma doença que pode provocar danos sérios à saúde física e emocional da mulher, porque provoca muita dor. Como há dificuldades para diagnosticá-la, a mulher pode passar anos sentindo dores lanscinantes sem saber que sofre de uma patologia. Porque tem mais essa, como é esperado que sintamos dor mesmo quando estamos saudáveis (poucas são as felizardas que nunca tiveram cólica menstrual), há profissionais de saúde que minimizam queixas de suas pacientes.

Em 2007, uma amiga minha foi diagnósticada de endometriose. Acompanhei seu sofrimento. Primeiro, 2 meses sem mentruar e o pânico de estar grávida, situação desmentida após sucessivos exames de gravidez darem negativo. Depois, crises de dores agudas confundidas com apendicite. Não me lembro de ela chegou ser operada para apendicite. Dias e dias de afastamento do trabalho dada a violência das dores, mas algumas semanas após a cirurgia. Soma-se a isso o medo de não ser capaz de engravidar.

Passados poucos meses da cirurgia, minha amiga participou de um processo de seleção para uma vaga de trabalho que oferecia, entre outros benefícios, morar do país legalmente, como ela também sonhava. Viu-se obrigada a omitir sua doença no exame médico, uma vez que isso poderia inviabilizar sua contratação mesmo estando em perfeitas condições de trabalho naquele momento. Há quem digo que isso é antiético. Pois eu digo que entre ter empatia por uma mulher com um problema de saúde tratável que precisa de trabalho e uma empresa gigantesca, não tenho dúvidas sobre quem escolho.

Minha amiga está bem agora. Foi diagnosticada cedo e logo conseguiu tratamento. Tinha um bom plano de saúde e, o mais importante, acesso à informações sobre a doença. Não é o que acontece com a maioria das mulheres. E acho realmente que há pouca divulgação sobre essa doença tão séria. E é essa negligência em disseminar a informação que faz com que milhares de mulheres, todos os dias, sejam vistas por seus empregadores como preguiçosas quando tem que se afastar do trabalho.

(ces prometem que não prestam muita atenção aos erros? é q não vou ter tempo de revisar MESMO. agradecida)

2 comentários:

  1. Olá, Iara como vai?
    Obrigada por ter citado o A Endometriose e Eu em seu blog. Infelizmente, quase nenhuma mulher conhece a endometriose. E, quando sabe, desconhece a dispareunia, a minha grande batalha. A dispareunia é a dor duranate a relação sexual, ou seja, na penetração. Apesar de mais de 10 milhões de brasileiras serem portadoras de endometriose, a dispareunia afeta muito mais mulheres do que a endo. Gostei muito do Blogueiras Feministas!! O blog bate na mesma tecla que eu bato: dispareunia e endo, ou seja, os direitos sexuais e os reprodutivos. Igual a pauta da Saúde da Mulher que a presidente Dilma e seu ministro da Saúde defendem, só que para eles, a endo não existe, só o câncer e a Aids. Obrigada por sua ajuda em divulgar a endo. Vou escrever no blog falando desse seu post, ok? Beijos!!

    ResponderExcluir
  2. Que bom te ver por aqui, Caroline. E sim, agradecemos a divulgação, sempre! Obrigada!

    ResponderExcluir