quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sobre ferros de passar - entre outras coisas



Lembram de mim? Pois é, esse blog está abandonado não por falta de assunto, nem por conta do trabalho da pós – que aliás, eu escrevi só mais 2 páginas além do que tinha feito no semestre passado e entreguei. Bateu foi um cansaço enorme de um ano corrido e sem férias (licença de 10 dias pra fazer uma cirurgia e ficar de molho não é exatamente férias, né?), e o saco cheio de um trabalho que não chega ser ruim, mas também tá longe de ser animador. Ok, eu sobrevivo, e pra compensar, senta que o assunto é longo.

Segunda fui ao shopping, antes dele virar um inferno, comprar os presentes de Natal. Tenho duas sobrinhas (do marido, na verdade, mas já adotei, né?), com menos de 1 ano de diferença entre elas. São primas, bem diferentes tanto fisicamente quanto na personalidade, mas tem em comum a fofurice extrema – ok, corujice mode off. E eu acho uma dificuldade comprar presentes pra elas no shopping. A imensa maioria dos brinquedos é muito sexista. Nas lojas, tirando os brinquedos para bebezinhos, os outros são separados por gênero. E, puxa, vou chover no molhado aqui, mas como isso é carregado de ideologia. Aos 3 anos de idade essas crianças são doutrinadas pra ocupar seu lugar no mundo. E isso acontece não só com as meninas, claro. Com os meninos é a mesma coisa. Porque tantos carrinhos, gente? Quando crescerem, já vão ter internalizados que carro = pernas. Ou, em muitos casos, carro = pau. Mas voltando às meninas. A vendedora nos ofereceu um joguinho cujo nome deveria ser algo do tipo “beauty make-up”, algo pra ensiná-las a se maquiarem desde cedo. E também um conjunto de ferro + tábua de passar. Pausa aqui. Nada contra a ideia de brincar de panelinha, por exemplo. Comidas são lúdicas, claro, e emular tarefas de adulto não é necessariamente ruim. Mas duvideodó que alguém desse um jogo de ferro + tábua pra um menino, né?

Daí, sou obrigada a contar da minha experiência na França. A menina que eu cuidava lá era bem mimada, ganhava muitos brinquedos. Pilhas deles na verdade, e além disso acho que tinha mais livros aos 6 anos do que eu do que eu tenho aos 30. Mas uma coisa eu achava o máximo: ela era estimulada a brincar de tudo. Nada era proibido. Ela tinha algumas bonecas, tinha panelinhas, mas tinha também um castelo medieval Playmobil. E tinha um joguinho de ferramentas mecânicas de plástico para montar carrinhos. No Natal que eu passei lá, ela disse que queria, entre outros presentes, uma fantasia de princesa. E a mãe levou-a a loja pra escolher a fantasia mais bonita. Mas ela viu do rei Arthur, que vinha com espada e escudo, e gostou mais. Nada de “isso é de menino, não pode” nem de “mas vestido de princesa é machista e fútil!”. Liberdade pra descobrir o mundo, sabem como é? Lembrei dela na segunda-feira porque a mãe me contou uma história engraçada uma vez. A professora tinha achado curioso porque a Lola viu um ferro de passar num livro e não conhecia, apesar de ser uma menina tão viva e inteligente. A mãe explicou pra professora que era natural, porque a área de serviço era no porão, a Lola tinha medo de ir lá, então não tinha contato com o ato de passar roupas mesmo. Daí a professora retrucou: “ué, mas ela não tem um ferro de passar de brinquedo?”.

Bom, neste ponto eu mudo um pouco o assunto. Eu não sei passar roupa. Sou péssima, mesmo. Então compro roupas que não amassam, coloco pra secarem esticadinhas no cabide, e vamos vivendo. Marido não precisa trabalhar de camisa social, então apesar de termos uma tábua em casa, ela é pouco utilizada. Ah, sim, temos uma faxineira trabalhando pra gente a cada 15 dias. Não vou me aprofundar aqui na questão social do trabalhador doméstico, mas cabe dizer que apesar de ser muito crítica do modelo de desigualdade social brasileiro que permite às pessoas terem semi escravos, não me sinto culpada por ter alguém trabalhando aqui em casa. E um dos motivos, entre outras coisas, é porque não peço a ela pra fazer nada do que eu mesma não faria. Ela não é mão de obra desqualificada fazendo coisas que eu sou muito nobre para fazer. Então, se passar roupa não é importante a ponto de eu não fazer isso quando não posso pagar alguém pra fazê-lo, ela também não faz. Questão de coerência, pra mim.

Mas olhem só, eu penso assim porque minha agenda tem algumas prioridades. A gente vai amadurecendo e vai dando valor a algumas coisas, deixando outras de lado, e tentando conciliar tudo neste mundo pouco razoável. E na minha agenda pessoal, o feminismo e justiça social não podem se chocar, por exemplo. Se a condição pra que eu seja feminista é ter uma semi escrava em casa, não funciona. Então, essas duas coisas estão acima do meu relacionamento com meu marido, até. Se ele achasse 1) que eu sou obrigada a fazer tudo sozinha, porque eu sou mulher ou 2) serviço domésticos são trabalhos inferiores a serem desempenhados por pessoas inferiores, ele não seria meu marido. Bem, só depois disso tudo vem a qualidade das tarefas domésticas. Logo, quando por qualquer motivo estes valores não podem ser conciliados, a casa fica uma zona. Sem a menor culpa porque apesar de no dia 8 de março louvarmos A Mulher, este ser multitarefa que dá conta de tudo, eu sou uma só e vim ao mundo pra ser feliz.

Eu não sou a fodona desencanada. Esta tranquilidade não é inerente. Eu achava sim as casas na Europa muito porcas, até entender que lá custa caro pagar alguém pra limpar, porque não há essa cultura escravista daqui, então o padrão de exigência passa a ser outro. Ok, as pessoas podem viver numa casa com janelas empoeiradas, qual o drama afinal? Logo quando virei dona-de-casa, no sentido de alguém que não pode delegar a outrem a manutenção do espaço em que vive, estava falando com minha mãe ao telefone e reclamei de cansaço de trabalhar o dia inteiro e ainda ter coisas pra me preocupar quando chego em casa. Ela me disse que, se eu tava cansada, “não precisava limpar casa todo dia, né?”. E eu explique a ela que além da grande limpeza quinzenal, essa casa só vê um aspirador de pó eventualmente, quando um de nós se incomoda muito com a sujeira, que o cansaço era por estas coisas que não podem ser adiadas, tipo fazer supermercado e cozinhar. Achei a conversa engraçada na hora, mas ela é ilustrativa de como a dominação funciona. Meu marido não precisa me cobrar nada. A cultura , representada pela minha mãe, me cobra. Se a gente for receber uma visita em casa, serei eu a me preocupar o que vão pensar se encontrarem tudo uma zona, porque todas as propagandas de material de limpeza tem uma mulher como protagonista.

Enfim, desencanar desta imposição dá muito trabalho, mas é preciso. E fica muito mais difícil se dar conta de que não é obrigatório passar roupas sempre, se aos 3 anos de idade alguém te oferece um ferro e uma tábua como presentes. Desta vez compramos presentes iguais pras duas: uma maletinha de médico, com estetoscópio, seringa, termômetro e mais umas coisinhas. Marido se derreteu imaginando uma destas pequenas médicas. Queremos muito que elas cresçam num mundo de possibilidades, em que passar roupa seja uma tarefa chata, não um destino inevitável.

* a imagem que ilustra este post veio daqui, e o link eu recebi via twitter do Alex Castro (@alexcatrolll)

17 comentários:

  1. Belo post. Como sempre. Orgulhpo dessa minha amiga. Um beijo, Mari

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  2. Adorei o post. Esse ano elogiei demais minha mãe, geralmente um pouquinho machista, porque desanimou de dar brinquedinhos bobos pros sobrinhos e deu a todos livros infantis lindinhos, bastante coloridos e historinhas bem legais, de bichos, nada de contos de fadas... rsrsrs

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  3. Iara, que post tudo de bom. Eu nao passo, nunca passei, nunca vou passar roupas. Tiro da maquina de secar, quentinha igual a pao e marido vai dobrando e leva 'pra cima'. A sogra me deu um ferro e uma prancha de passar roupas assim que aportei por aqui. Agradeci demais e disse que nao usaria. Nao usei. Disse a ela para trocar a mercadoria na loja ou passar para frente. Coloquei a mercadoria lindinha na porta dela. Eu a amo de paixao mas creio que ela deve ta pensando agora 'alah, a criatura nao passa as roupas do marido, marido ta nem ai, o mundo ta nem ai, besta de euzinha ter engomado a vida toda..'.


    Dai, falando de sobrinhas. Tenho 2 tambem. Uma preta e uma branca. Uma delicia. Faz quase um ano que soh dou brinquedos tipos, carros para elas pois coisas cor de rosa e bonequinhas, a familia doida ja abastece por demais.

    Um beijo.

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  4. Bravo! Bravíssimo! Cheguei aqui por acaso e encontro esse post maravilhoso! Amei.

    Também sou pela coerência, que supõe a liberdade. Mas, no topo, em primeiro lugar, está a necessidade e aí a conversa é longa e as vertentes são muitas.

    Essa questão dos brinquedos infantis é lamentável. Sempre me irritou essa lavagem cerebral que fazem nas meninas e nos meninos. Querem colocar cada um no seu lugar, e sedimentar uma cultura injusta e rançosa que nunca levou a lugar nenhum e, a bem da verdade, nessa dita cultura, ninguém ainda encontrou seu lugar ao sol, nem elas e nem eles. Pois a culpa que nos atormenta por não termos feito isso ou aquilo, (ou seja, desempenhado um papel social) vem de dentro para fora e atinge ambos os sexos. Na mulher parece mais ostensiva, por razões que não cabe aqui abordar, mas o homem também sofre. A culpa foi internalizada lá na infância. Conhece aquele ditado popular que diz:"É no pequenino que se torce o pepino"? Pois é, o lance foi mexer nas estruturas. E os problemas aí estão. Que fazer? Bem. Penso que temos que continuar trabalhando, abrindo os olhos das pessoas, mostrando-les o que está por trás de tudo isso. Talvez assim, um dia, as gerações vindouras mudem essas aberrações e homens e mulheres possam desfrutar melhor a alegria de viver e conviver na liberdade, respeito e solidariedade.
    Bjsssss

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  5. Eu não tenho um pingo de criatividade. meus presentes são: CD da Arca de Noé, quebra-cabeça, bola (que criança não AMA bola?) e livros, muitos e muitos livros.
    Gostei muito do post, admiro sua coerência. Pra mim é quase o contrário, na minha agenda justiça social E feminismo não podem se chocar (porque primeiro eu me soube humanista e só recentemente comecei a tatear meu feminismo ou tentativa de).
    Bjs sonolentos

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  6. Olha, tenho me decempcionado muito com essa coisa de brinquedos de menina e menino aqui na França. Achava que as lojas seriam um pouquinho mais evoluidas que no Brasil, mas a verdade é elas continuam MUITO sexistas e são as familias conscientes que tentam mudar esse quadro. Ja no encarte as paginas são separadas e azul e rosa e quando eu folheio com as crianças que tomo conta (um menino e uma menina de 3 e 4 anos) e pergunto pra ele se ele gostaria do castelo rosa, ele responde envergonhado "nãooooooo, isso é de menina". Mesma coisa com ela. Dai eu explico que não tem essa não, que todo mundo pode querer tudo, dai eles mudam de ideia e escolhem o brinquedo "errado". Apesar disso, ele tem panelinha e ela tem caminhão de bombeiro, mas não importa o esforço que os pais fazem se o resto da sociedade diz pra eles o que é para um gênero e o que é para outro. Fui visitar um menino que tomei conta e a mãe me disse meio zoando que o menino tinha pedido uma fantasia de princesa de aniversario, mas eles compraram uma de pirata. Porque uma menina até pode ser pirata, mas um menino não pode ser princesa. E fantasia de principe nem existe, né?

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  7. "Eu não sei passar roupa. Sou péssima, mesmo. Então compro roupas que não amassam, coloco pra secarem esticadinhas no cabide, e vamos vivendo."
    Duas \o/.

    E eu odeio serviço doméstico. Odeio mesmo. Ai qdo minha casa tá bem bagunçada bate aquela culpa: "E se alguém chegasse sem avisar agora e visse essa bagunça? Ia pensar que sou péssima dona de casa". Mas, né? Por que eu preciso ser boa dona de casa? Sou MUITO boa em outras coisas. E, vamos combinar, que isso jamais passaria pela cabeça de um homem solteiro, morando sozinho...

    Lá em casa sempre roulou essa lance: coisa de menino, coisa de menina, etc. Mas desde cedo eu me rebelei. "Não pode, por que?"

    Eu fico SUPER orgulhosa qdo vejo minhas amigas mães vestindo as filhas de outra coisa que não seja rosa. Porque a maioria das bebês que eu vejo por aí saem de casa fantasiadas de Hello Kitty, infelizmente.

    E acho mais: só acha ESSENCIAL passar roupa e limpar janelas todos os dias quem sempre teve alguém pra fazer.

    Comentário picotado e confuso. Tá valendo? rs

    Beijocas

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  8. Esqueci de falar da minha crise com as roupas. Em casa nunca passamos roupa, sempre foi no estilo secou, botou no armario. Mas.... cheri agora precisa usar camisa social no trabalho. Ele detesta passar suas camisas. Eu aprendi aqui na França, pois fazia parte do meu primeiro trabalho de baba. Eu não detesto passar camisas. Dai entrei em crise, pois sempre achei que passar camisa do marido era o simbolo supremo da submissão. Mas poxa, das tarefas domesticas, essa é uma que nao me incomoda, então agora eu passo as camisas dele, assumo. Mas ele faz tantas outras coisas que não me preocupo mais com isso, pq no fim das contas, casamento é isso: parceria. Eu dou um pouco aqui, ele da um pouco ali e assim a vida fica mais facil e mais gostosinha pra todo mundo. Pq eu adoro ele cozinhando e preparando minha marmitinha do almoço do dia seguinte. :)

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  9. eu nao sei passar roupa tb:) Tb nao sei costurar nem mesmo fazer uns remendos em buracos de roupas. Ai, minha sogra me disse que daria no natal um kit de costura. Falei q nada, da pro meu marido mesmo, que ele mesmo é q tem de consertar os buracos nas meias deles!
    Todo mundo sabe que eu sou uma péssima dona de casa, mas isso nao me incomoda nem um tiquinho.

    Quanto a presentes, vivo a mesma situacao: tenho uma sobrinha que ganha bolsinhas e sapatinhos de todo mundo. Aos 5 anos, ela ja eh uma adicta de sapatos e qd vem me mostrar, eu digo "ih menina, vc tem sapatinhos de mais e livros de menos, pede pra tua mae mudar os presentes e te dar um livro, um lego..." Mas qual, caso perdido

    bjo

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  10. Ah, esqueci de comentar pra Daniela:
    mas tem muita mulher pobre que nunca teve ajudante, aliás muitas vezes sao empregadas domésticas, que realmente internalizam esse adestramento social e cuidam da casa com esmero. Eu tenho uma amiga cujo marido é pedreiro e ela chega ao cumulo de passar as camisas rotas dele de trabalhar, camisetas que vao se encher de cimento no primeiro minuto! E ela sempre me pergunta se eu nao tenho vergonha de ter a casa cheia de poeira e a janela sujinha. MInha mae é igualzinha na cobranca.
    Geralmente, sao mulheres que nao sabem o que é lazer ou entretenimento, passar tempo consigo mesmo. Sao literalmente programadas.

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  11. Quantos comentários bacanas, suas lindas!

    Maricota,

    Sabe queo orgulho é recíproco, né? Bjo!

    Laurinha,

    Livros são bacanas. As meninas tem cerca de 3 anos, então ainda tá um pouco cedo, mas claro que logo ão entrar na lista.

    Mari,

    Pois é, deve ter sido meio frustrante pra sua sogra. Ela é dona de casa? Porque olha, minha mãe é, e depois que eu li o Segundo Sexo eu tento não afrontar muito não, viu? Pq qdo a gente diz que certos serviços domésticos não são importantes, orre o risco de, por tabela, desqualificar a principal ocupação desta pessoa. É triste ouvir que sua dedicação no tem importância. Mas claro que você não ia ficar com um presente só por ficar, né?

    Marli,

    Muito obrigada pelos elogios! Pois é, eu acho que é por aí, a gente te que fazer o nosso trabalho de formiga de não perpetuar certas práticas. Não é fácil, mas não há outro jeito.

    Borboletinha,

    Não é o contrário não, gata, você não entendeu. Feminismo e justiça social são empatados. Eu não acho que os dois entrem em conflito. Porque se pra posar de gostosa liberada de passar roupa eu preciso explorar um outra mulher, cadê o feminismo? Tem que refletir e conciliar. O que vem depois é o marido. E ele sabe que eu não são nada dogmática, é uma questão de caráter pra mim. Tudo pode ser conversado, nada é imutável, mas tem uma essência que tem que permanecer.

    Off topic: marido acabou de ligar. O 1º sobrinho menino dele tá saindo do forninho. Minha concunhada tá indo pra maternidade, não é lindo, mulherada? =D

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  12. Amanda,

    Pois é, neste ponto é engraçado,l porque o sexismo prejudica mais aos meninos, né? Menina até pode jogar futebol, mas vai o menino querer fazer balé. Bem difícil. E no fundo é tão bobo eu brincava tanto com meu irmão! Lembra aquele desenho "Corrida Maluca" que tinha Penélope Charmosa e o Dick Vigarista? A gente colocava minhas bonecas nos carrinhos dele e brincava assim, era o máximo! Tão bom dividir as coisas!
    E sobre a camisa, olha só, se sabe bem que o probema não é esse, né? Marido estuda à noite todos os dias, então muita coisa fica por minha conta. Não porque e sou mulher, mas porque sou a companheira dele, tô incentivando ele a estudar porque ele não pode fazer isso antes. Daí, só pq ele chegar numa noite fria em casa e encontra sopinha, significa que eu sou submissa?
    E se passar roupa não é um sofrimento pra você, como cozinhar não é pra mim, excelente, ué!

    Dani,

    Acho que eu já contei que eu até gosto de algumas coisas dos serviços de casa. Mas não significa q eu goste de tudo muito menos q eu queira fazer sempre, né?
    E olha, eu até achgo fofinho rosa. Acho mesmo. Mas tanta cor por aí tão linda quanto, porque essa limitação, né?

    Ana,

    Menina cheia de sapatos é triste mesmo. Pq, né? O pé crescer e ela sequer vai suar, dinheiro jogado fora. Que bom que tem você na família pra dar livrinhos.
    E, puxa, passar roupa rota é dose. Passar meia, ijama, toalha, tudo isso me parece loucura, mesmo. Mas é como eu comentei lá com a Mari: se a vida d pessoa é fazer isso, cuidar do outro, aquilo vira um valor, uma marca do capricho dela com o que faz. A gente tem que ter cuidado pra não ofender, mas claro que não vamos imitar.

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  13. Oh, baby, eu entendi bem que são duas coisas de igual relevância. Eu só não soube explicar direito. Eu nunca me pensei feminista, mas sabia desde sempre (família, educação, etc. que sempre me deram rumo) que eu era uma humanista espalhafatosa briguenta pela justiça social. Então a questão da justiça social veio primeiro historicamente. Depois do Concurso da Lola é que comecei a ler e pensar sobre o feminismo (culpa da Rita \o/) e agora o feminismo vai se inserindo na minha agenda de lutas...acho que dessa vez fui mais clara, né? Bjs

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  14. Oi, Iara, ela é enfermeira. Foi cheerleader ...:(

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  15. rah! enganou-se quem pensou que a escolha de presentes eh um troço inocente. acabei de postar sobre o assunto no blog da mari. nunca darei de forma espontanea um ferrinho de passar pra minha filha. mas se a danada apontar o dedo pro brinquedo da loja, o que se ha de fazer? no fim das contas, o problema nao tah no presente em si. eh como a TV. nao existe pecado grande quando os pais estao por perto acompanhando os programas do guri.

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  16. Eu só não sei, como ODEIO passar roupas! Aqui em casa, só roupa amassada mesmo. Mas e daí, né? No máximo uma passada instantânea.

    Eu nunca gostei ou tive, por desejo próprio, bonecas de brinquedo. Nunca! Achava tão sem graça, sem emoção...Sem contar que jamais tive saco pra ficar mimando aquele ser inanimado de cílios grandes.
    Em compensação, morria de desejo de ter um Castelo de Grayskull. Sonhava em ganhá-lo de Natal, mas o máximo que vinha era um cachorro Snif-Snif...

    O pior é que vamos reproduzindo sem nos darmos conta da coisa toda. Aparentemente inocente, cheio de cute-cute, vamos determinando os papéis logo na infância.

    - Ah, adorei a imagem! O Boing-Boing sempre tem coisa interessante. Acesso direto!

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  17. Luci,

    Olha, eu tenho cá comigo que dificilmente uma menina apontará um ferrinho de passar entre as muitas opções de uma loja de brinquedos. Mas se rolar, como eu disse, não acho que nada é proibido.

    Van,

    Que engraçado, no Natal na casa dos meus sogros a gente lembrou do snif-snif, porque meu cunhado tinha um na infância. Mas a verdade é que os brinquedos das meninas parecem sempre menos interessantes, menos desafiadores, menos instrutivos.

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