Eu preciso sair pro trabalho e hoje prometi a mim mesma ficar menos tempo na internet, mas tem algo que eu preciso comentar a respeito do post anterior. É que eu falo isso sobre o conservadorismo da classe média paulistana, e fica parecendo que eu coloquei uma trincheira aí, um "nós x eles", o que me incomodou bastante. Ninguém reclamou, mas acho bom esclarecer: eu não acho que exista só uma caminho bom, só uma resposta válida, tipo messianismo. Eu não acho que todo mundo que lê, se informa e questiona vai votar na Dilma porque ela é a melhor e ponto. Não acho que o eleitor do Serra seja ignorante, apolitizado, voto de manada, reacinha. Eu tenho na verdade muita preguiça de gente de esquerda que pensa assim. Acho perfeitamente possível que duas pessoas inteligentes, bem informadas e, principalmente, bem intencionadas, tenham divergências sobre o que seria o melhor para o mundo, até porque estamos falando de planos que envolvem muitas variáveis. E nesse ponto eu volto atrás ao que respondi pra Amanda nos comentários: acho que até dá pra ser casado tendo visões politicas diferentes, e pode até ser um exercício interessante, mas isso depende de um respeito profundo à individualidade do outro, respeito quem nem todo mundo tem. Que talvez eu mesma não tenha: pelo menos no casamento, prefiro que as divergências sejam menores mesmo, o que não significa em absoluto que eu e marido façamos eco pra tudo, estamos bem longe disso.
O post anterior é principalmente pra criticar o discurso no sentido contrário, de que quem vota no PT é ignorante ou mal-intencionado, que se beneficia diretamente de alguma forma de corrupção. Crítica a quem, votando no Serra, acha que o eleitor do Lula é analfabeto assim como o próprio também seria. E sei que muita gente vota no Serra não pensa assim, claro. Muita gente em São Paulo, inclusive. Mas o discurso que eu, no meu meio, mais escuto, é o primeiro mesmo, infelizmente
Então, este adendo foi pra isso, pra dizer que eu respeito muito a divergência de pontos de vista. Que acredito quando uma pessoa me diz que tem argumentos bem fundamentados pra votar no Serrra, tal qual eu os tenho pra votar na Dilma. Tô aqui defendendo o meu lado, mas respeito tem que ser uma via de mão dupla, né? Sempre.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIara! Eu não sei se te agradeci o suficiente pelo esclarecimento dado a mim no seu coments especial, mas de qualquer forma: Obrigada novamente, viu?! Eu vou procurar ler os blogs que você me indicou. E sim, antes mesmo de ter pedido ajuda a você sobre a questão da Dilma "ser, ou não ser terrorista", eu já suspeitava que fosse uma tramoia da oposição.
ResponderExcluirOlha só, enqnt aquele meu amigo que eu citei, eu mandei pra ele o link que você me aconselhou a ler. A resposta dele foi a seguinte:
"Eufemístico! Só fico triste por saber que esse é o futuro que você escolheu para as pessoas que você ama, não escolhi isso para você. Beijos! "
Poxa! Eu mal entrei na vida "política" e já arrumei esse pepino pra lidar. UASHUAHSUHSHAHS Brincadeiras à parte, eu nunca achei que estivesse fazendo a escolha errada e agora é que não tenho achado mesmo, sabe?! Vou procurar me informar mais e melhor e qualquer dúvida, eu grito: IARAA?! ASUAUHHSUAHSHUH
Beijo, flor!
Glória,
ResponderExcluirDe novo, só posso te agradecer pela confiança. E recomendo a você que leia muito, se informe muito, pergunte muito não só a mim, mas a qualquer pessoa, principalmente àquelas cuja opinião se choque com idéias que te parecem muito certas. A gente só amadurece nossas escolhas, só constrói um ponto de vista nosso, se for assim. Acho por, exemplo, que essa primeira eleição em que eu vou votar num candidato diferente do meu pai (pq no 1º turno, ele vai votar no Plínio), que costumava ser uma das minhas grandes referências. Mas é que, agora, aos 30, eu já consigo identificar algumas coisas que são muito minhas mesmo, alguns argumentos bem pessoais. Se você voltar no meu post em que falo sobre o Lula e o Corinthians, vai ver lá que debati com as meninas porque sou bem menos entusaista do Lula do que muita gente. Então, mesmo que seja pra votar igual, a gente pode ter razões diferentes, que lá na frente podem fazer a gente divergir. Mas esse conhecimento é construído mesmo. E você tem a tremenda sorte de, sendo ainda nova, ter os blogs pra fazer este contraponto com a grande mídia. De novo, eu discordo muito de muito blogueiro renomado em muita coisa por aí, mas acho importante essa leitura.
Sobre seu amigo... a questão é polêmica mesma. A gente acaba entrando em conflito com amigos e conhecidos às vezes. E é importante mesmo saber ouvir e respeitar. A resposta em tom de lamento dele foi, no fundo, muito respeitosa: ele reconhece o seu direito de pensar de outra forma.
Ah! Nem te mandei um beijo. Beijo, Glória!
ResponderExcluirrapaz, nao sei ate onde, sinceramente, um casal pode estar junto e feliz quando se diverge em assuntos como religiao e politica. eu nao sou uma apaixonada por politica, mas acho que se namorado meu votasse no serra, ia ter um problema. na verdade, seria como se ele fosse catolico: eu ia respeitar, mas sempre ia achar muito esquisito. MUITO.
ResponderExcluirih, achei meu comentario feio. acho que eu tou com problemas hoje. ignora... (o comentario...)
ResponderExcluirIara, achei seu blog hoje e adorei seus textos.
ResponderExcluirVou dar alguns pitacos... a Dilma vai ganhar porque o PT é competente, tem suas mazelas, lógico que tem, mas é o único partido realmente estruturado do país.
A Dilma vai ganhar por que o Lula fez o que prometeu no dia da sua primeira posse, mais brasileiros fazendo três refeições por dia, mais brasileiros fora da linha da miséria absoluta. Muita gente não ouviu o discurso ou agora convenientemente esqueceu. O resto é resto para essa gente, hoje eles estão melhores que há 8 anos! Ahhh... eles não declaram Imposto de Renda por que ainda não têm renda para tanto, mas conseguem dar comida aos filhos.
O Serra vai perder por que o partido dele é incompetente como oposição, aliás é incompente em tudo até na escolha do candidato.
O Serra vai perder porque é mentiroso, escrevo do Rio, e qualquer um bem informado sabe que ele assinou um documento registrado quando prefeito e não cumpriu.
O Serra vai perder porque ele e o partido dele não conhece o Brasil fora das fronteiras de São Paulo, aliás todo mundo que fala mal do governo do Lula também não.
O Serra vai perder porque está precupado com violações na Receita Federal, fazendo disso uma grande marola, 50 milhões de brasileiros gostariam de pelo menos entender do que ele está falando.
E por último entre num blog chamado SEBO VERMELHO e leia o texto "Um homem predestinado" escrito por Pedro R. Lima, e o dia 3/10 pegue seu título e vote em quem você acredita.
Obrigado pelo espaço dos pitacos.
abs
Jussara Xavier
Luci,
ResponderExcluirNão vi nada feio no seu comentário. E eu sou bem parecida com você nesse sentido. Mas, né? Por sorte o mundo é grande e tem gente bem diferente da gente.
Oi Jussara,
Obrigada pela visita e pelo comentário. Concordo muito com o que você escreveu... Abraço!
Iara,
ResponderExcluirEu tô morando em Brasília agora, né? E uma semana atrás escutei a tese de que "quem ganha mais de 15 mil por mês é naturalmente de direita". Ao que eu respondi: então tenho que arrumar um emprego que pague mais que o meu para provar que você está errado.
Tem gente que vive na Ilha da Fantasia, sério. E Bsb, plano piloto, é Brasilha da Fantasia. Quando você vier pra posse, vai ver =D.
*sentindo falta de post aqui :T
ResponderExcluir"Acho perfeitamente possível que duas pessoas inteligentes, bem informadas e, principalmente, bem intencionadas, tenham divergências sobre o que seria o melhor para o mundo". Esquesceu de falar que pensa assim contanto que a pessoa não considere um feto um ser humano digno de proteção, porque aí você julga como desinformada, reaça e contra os direitos das mulheres ou alguém que quer impor suas crenças. É isso aí!
ResponderExcluirAnônimo,
ResponderExcluirEu não julgo as pessoas que discordam de mim. Mas as pessoas julgam uma mulher que decide sobre seu útero como assassina. O aborto é a pauta feminista com a qual eu tive mais dificuldade de lidar, mas hoje entendo que, por mais resistência que eu tenha para tratar do assunto, por mais que eu não curta a ideia, não posso achar que tenho o direito de decidir sobre o que vai acontecer no corpo de outra pessoa. Uma mulher não é menos importante do que o feto que carrega, não pode ser submetida a ele por conta da opinião dos outros. Ser contra o aborto é ser livre pensante, claro. Mas enquanto não houver outra maneira de gerar um bebê que não seja às custas do corpo e da saúde de uma mulher, querer proibir (só querer, porque as mulheres seguem abortando clandestinamente apesar das opiniões contrárias) que todas as mulheres abortem, querer submeter seus úteros ás opiniões de outrem, é que demonstra intolerância.
"não posso achar que tenho o direito de decidir sobre o que vai acontecer no corpo de outra pessoa"
ResponderExcluirPraticar aborto é fazer exatamente isso, mas negando a humanidade da outra pessoa fica parecendo que não é. Por mais frágil que seja a situação de uma mulher, a do feto é mais frágil ainda não deixando a mulher de estar em uma posição de poder, pelo menos em relação a pessoa que está dentro dela. Mas como alguns acreditam que a vida humana surge magicamente no octagésimo quarto dia (antes disso só seria um amontoado de células comparado com muita má fé a um ovo de galinha ou a uma pessoa com morte cerebral), não adianta defender a vida de pessoas que não são consideradas pessoas, é dar murro em ponta de faca. Engraçado é que a maioria dos pró-legalização do aborto chama aqueles que querem defender quem é mais fraco de assassinos de mulheres, anti-mulher, reacionários, impositores de crenças, machistas entre tantos outros preconceitos largamente difundidos pelos "intelectuais" que negam qualquer evidência científica que contrarie suas opiniões e colocam estas 12 semanas (choca menos do que dizer 3 meses) como se fosse um consenso na medicina. A medicina embrionária seria algo que se refere apenas ao corpo da mulher? O que está no útero é qual parte do corpo da mulher que se transforma em indivíduo ao octagésimo quarto dia? A vida do feto só seria considerada mais valiosa que a da mulher se o aborto terapêutico, que é legal, fosse proibido. Dar igual valor a vida do feto não é desvalorizar a da mulher. Gravidez não é doença terminal. Chamar aborto como direito sexual reprodutivo e dizer que se resume a uma escolha sobre ter ou não filhos é tratá-lo como método contraceptivo. A mulher que aborta já tem um filho a decisão é entre deixá-lo vivo ou matá-lo. Querer submeter a vida inteira de uma pessoa as opiniões de outrem é que demonstra intolerância. Não é porque a prática de violência oferece riscos a quem continua a praticá-la, mesmo que à margem da lei (afinal de contas, a proibição não impede) que o estado deva financiar a violência e oferecer as armas para que seja uma violência "segura", como se existisse isso. O estado não tem legitimidade para criar norma penal por conduta que não afeta terceiros, mas o aborto afeta pelo menos um terceiro ou mais, no caso de gêmeos. Passar bem
Anônimo,
ResponderExcluirEm uma coisa concordamos: seguir com essa discussão é dar murro em ponta de faca.